Viagens

E lá vem Pisa, em um bate e volta de Firenze

O dia 19 de dezembro começou com a vista do amanhecer de Firenze do terraço do hotel. Fazia muito frio, mas isso não conteve minha vontade de ir até a parte externa do hotel para registrar o momento. O céu estava ligeiramente rosado em contraste com o escuro das casas, que aos poucos começavam a receber os primeiros raios de sol. É inspirador para começar o dia. Assim que terminei o café da manhã, acompanhada dessa bela vista, fui para a estação de trem. Com Firenze praticamente visitada, quis fazer um bate e volta até Pisa para conhecer a famosa torre inclinada.

86_Viagem de trem pela Europa, Firenze, Itália (Natália Cagnani)

A viagem até lá é super rápida, cerca de 1h, e muito tranquila. Comprei a passagem na hora em uma das máquinas disponíveis na estação. É só escolher o destino, dia e hora. Depois fazer o pagamento em dinheiro ou cartão. O valor do bilhete é o mesmo para compras antecipadas ou feitas pouco antes do embarque. Um detalhe importante. No final da compra, a máquina avisa que você precisa validar seu bilhete antes de entrar no trem. Em todas as plataformas, bem no início, em um dos pilares tem pequenas máquinas. São elas que validam o seu bilhete. Basta colocá-lo ali e sairá um carimbo de autenticação. Pronto! Agora é só embarcar.

Diferente de todas as outras viagens de trem que fiz pela Europa, esta foi a primeira em que não vi fiscal passando para conferir o bilhete, nem na ida e nem na volta. Não sei se isso é uma regra. Pode ter sido naquele dia apenas. Eu não tinha certeza se o bilhete valia apenas para ida ou ida e volta, já que a data e o horário não estavam marcados, embora eu tivesse selecionado no momento da compra. O que me deixou em dúvida é que dizia ali que a passagem era válida por quatro horas, a contar a partir da autenticação. Eu voltei antes desse prazo expirar, vou contar logo mais como foi a visita e o tempo médio para isso. Por via das dúvidas, na volta comprei um novo bilhete.

A estação Pisa Centrale fica a mais ou menos 25 minutos de caminhada da Piazza dei Miracoli, onde fica a famosa Torre de Pisa, além da Catedral, do Baptistério e do Cemitério Camposanto. Ir de ônibus também é uma opção, para quem quiser. Eu acredito que andar pela cidade é uma das melhores formas de conhecê-la, então ir a pé foi a minha escolha. No caminho, há placas indicativas, mas quase não se vê turistas indo para lá. Não sei se foi a época do ano ou se a maioria prefere ir de ônibus. Além de passar pelo Rio Arno, o mesmo que corta a cidade de Firenze, eu tive a chance de fotografar a Igreja Santa Maria della Spina com seu reflexo espelhado às margens do rio.

A vista é incrível ao chegar na Piazza dei Miracoli, com um overview de todos os monumentos juntos. Tudo branquinho, em contraste com o céu azul de brigadeiro. Os turistas não apareceram pelo caminho, mas estavam lá. E não eram poucos. Tinha muita gente na volta e um astral muito legal. A torre é muito mais inclinada do que eu imaginava. As fotos não conseguem transmitir como as coisas realmente são. E é divertido demais pensar em poses engraçadas para fotos. Você vai ver muita gente fazendo isso por lá. Entre no clima!

Pensei e repensei várias vezes, mas acabei não subindo na torre. Eu queria muito descobrir qual a sensação de subir em uma torre inclinada. Só que minha leve fobia de lugares apertados me fez levantar a bandeira branca, por enquanto. Para subir, o valor era 18 euros. Você também pode comprar o passe que dá direito à entrada em todos os monumentos da Piazza dei Miracoli, incluindo o Museu dell’Opera del Duomo. Eu recomendo fazer tudo. Já que você está lá, por que não?

Como eu não subi na torre, eu acabei não fazendo nada, porque acho que o passe vale muito mais a pena. Vai ficar para a próxima visita! Na próxima, eu subo. Pelo menos, com tanta gente na volta fazendo poses engraçadas, inspiração para fotos divertidas não faltou. Vou compartilhar com vocês alguns cliques que fiz brincando com a inclinação da torre, mas olha, fazer isso sozinha, sem a ajuda de alguém para tirar fotos, não foi tarefa fácil. Espero que se divirtam! 😉

Valeu muito a pena, exceto por dois detalhes: não ter subido na torre inclinada (vou voltar para isso) e quase ter sido assaltada por um grupo de meninas, que pareciam turistas perdidas. Isso aconteceu logo depois que eu saí da estação Pisa Centrale. Enquanto eu tirava fotos da cidade, o grupo literalmente colou em mim, tanto que a discrição foi por água abaixo e me ajudou a perceber o momento em que o zíper da bolsa onde eu carregava minhas lentes, power bank e outras coisas começou a se abrir. Muito cuidado no caminho até a torre se você, como eu, resolver ir a pé. Todo cuidado não é pouco! O que me deixou chateada foi ter passado por uma experiência negativa como essa logo na Itália.

Fora isso, a experiência é muito legal! E eu não deixei de voltar a pé por causa do incidente. Vida que segue, não é? Pelo menos, eu consegui evitar e não voltei para casa de mãos vazias.

Pelo tempo que eu tinha na Itália, pelo roteiro e pela estação com dias mais curtos, Pisa foi o único bate e volta que fiz. Tinha a intenção de ir até Verona também, a cidade de Romeu e Julieta, porque eu sabia que a visita a Pisa seria rápida. Só que a logística dos horários de trens, aliada aos dias mais curtos, acabou deixando essa viagem para uma próxima oportunidade.

Como não entrei em nada, passei apenas a parte da manhã em Pisa. Poderia ter sido menos se eu não tivesse ficado tanto tempo fotografando. É um vício mais forte do que eu. 😉 De volta a Firenze, aproveitei para conhecer o Mercado di San Lorenzo, onde não resisti e comprei vinhos biológicos, um tinto e um rosê, de produtores locais, além de uma garrafinha de Limoncello com o formato do mapa da Itália. Com as novas aquisições, precisei comprar uma nova mala de mão. Fica a dica para quem fizer um mochilão como o meu, leve o mínimo possível. Você sempre vai querer levar alguma coisa #ficaadica.

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